quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Nossa Caixa - Incorporação e demissões

Nossa Caixa: funcionários são demitidos com aval do Sindicato / CUT

O governo Serra e a diretoria da Nossa Caixa demitem funcionários que se aposentaram pelo INSS e continuaram trabalhando. As perdas salariais e o receio de ter que trabalhar mais para se aposentar (reforma da previdência) incentivaram vários funcionários a se aposentarem proporcionalmente. O benefício da aposentadoria somado ao salário atenua os baixos reajustes das “campanhas” salariais.

Outro motivo, que os forçava permanecer trabalhando, é conquistar o complemento da aposentadoria pelo Economus (fundo de pensão). A idade padrão é de 55 anos. Cada ano que faltar, o funcionário é penalizado com desconto de 6% por ano faltante. Como a média de idade desses bancários é 50 anos, o prejuízo para o resto da vida gira em torno 30% sobre o valor da complementação.

A diretoria da Nossa Caixa, com o aval do Sindicato / CUT, conseguiu transformar esses colegas em marajás aos olhos dos demais funcionários. Com o argumento de que “ganham dois salários” e que é preciso abrir caminho para os mais novos, desde 2004 vem demitindo funcionários com a complacência da Contraf / CUT. Não é preciso fazer muitas contas para saber que o prejuízo desses bancários foi muito grande.

Hoje, essa prática continua. As demissões são pulverizadas para impedir qualquer movimento de resistência. O Sindicato / CUT vem homologando todas as demissões e sequer respeitam a estabilidade que o período eleitoral garante aos funcionários de empresas públicas.

Acordo Serra + Lulla amordaçam Sindicato / CUT

Para sanear as finanças do estado e alavancar sua campanha presidencial, Serra quer liquidar 18 estatais paulistas, entre elas a Nossa Caixa. Para vencer a resistência do movimento sindical e gerar ilusões entre os funcionários, ofereceu a Nossa Caixa para ser incorporada ao Banco do Brasil (BB) nos moldes do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc).

Lulla fortalece o BB no mercado paulista e amordaça os Sindicatos / CUT. É por este motivo que não se tem campanha contra o Serra. Não possível é denunciar os ataques de Serra sem atingir Lulla, o outro lado da moeda. As demissões fazem parte da adequação da Nossa Caixa. Serra faz o serviço “sujo” para que Lulla receba a Nossa Caixa saneada, com o menor custo possível.

Espelho para os outros bancos regionais

O que está acontecendo na Nossa Caixa é receita para os bancos públicos regionais que ainda sobrevivem. As orientações dos Acordos de Basiléia são contra os bancos públicos e pela concentração do sistema financeiro. Traduzindo em miúdos, privatização e fusões. Nos dois casos, a população, os clientes e os bancários são prejudicados.

É necessário construir um movimento nacional em defesa dos bancos públicos. Os mesmos argumentos que hoje são utilizados contra os bancos públicos regionais, amanhã serão utilizados contra o BB e a Caixa Econômica Federal (CEF).

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