sexta-feira, 26 de setembro de 2008

BNB vai à GREVE dia 30

Campanha Salarial - Informe n° 04

Sem posição para as cláusulas de benefícios, BNB suspende negociação e engrossa o caldo do governo e banqueiros em não avançar nas negociações
AFBNB conclama funcionalismo a participar das assembléias dia 29, para deliberar sobre GREVE no dia 30 de setembro.

Nada de adiantamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) – pelo menos até a autorização do Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (DEST). A informação foi repassada pela superintendente de Desenvolvimento Humano do BNB, Eliane Brasil, na tarde desta quinta-feira (25), durante a terceira rodada de negociação da minuta específica dos funcionários do Banco do Nordeste.

Após tratar de questões gerais, a exemplo da extrapolação da jornada de trabalho, a reunião adentrou na discussão das 19 cláusulas de benefícios da minuta específica. Licença-prêmio, isonomia de tratamento, financiamento de veículo e bolsa educação são alguns dos benefícios requeridos. Após debater alguns pontos, o Banco admitiu que ainda não avaliou os impactos destas cláusulas e pediu a suspensão da negociação. Uma nova rodada foi marcada para o dia 9 de outubro.

Anuênio para todos

Apesar da expectativa frustrada de antecipação da PLR, as entidades sugeriram e o Banco sinalizou com a possibilidade de estender o anuênio a todos os funcionários admitidos após 1996.
Isto beneficiaria um contingente de aproximadamente 3.500 novos funcionários que hoje recebem o qüinqüênio – reajuste automático de 5% a cada cinco anos, enquanto os demais têm as verbas reajustadas em 1% a cada ano. A AFBNB reforça que tal medida deve ser acatada, em respeito à isonomia de tratamento entre os funcionários.

Pressionar para avançar

Na mesa única da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que representa os banqueiros da iniciativa privada, a proposta de reajuste para as verbas salariais foi de 7,5% (para uma inflação de 7,15% medida pelo INPC) – proposta que se estende aos bancos públicos que aderiram à mesa única. Na discussão da pauta específica do BNB, várias cláusulas continuam pendentes e esbarram na burocracia do DEST - leia-se Governo Federal - que deve se manifestar sobre os pleitos das empresas estatais.

Mesa Única dos Bancos Federais

Como se pode verificar, mais uma vez o Governo Federal se esconde atrás da Fenaban e não negocia diretamente com os seus empregados, uma vez que não consta representação deste na mesa única, tendo somente os banqueiros privados. Além do mais, como é marcante no BNB, sempre impõe o DEST como barreira para avançar nas reivindicações. É por isso que a AFBNB tem defendido e ratifica a necessidade da constituição também da mesa única dos bancos federais, em agregação à mesa única nacional e às mesas específicas, para tratar das questões comuns desses trabalhadores com o seu patrão, que é o próprio Governo Federal.É por essa razão também, que a AFBNB conclama todos os funcionários do Banco do Nordeste a participarem da assembléia geral convocada pelo sindicato de sua base para avaliarem o atual cenário e deliberarem pela greve geral no dia 30 de setembro, indicada pelo Comando Nacional dos Bancários.

A estratégia para arrancar os avanços almejados é a mobilização. Este é o momento de toda a categoria se unir e mostrar que está disposta a brigar por um reajuste salarial e uma PLR dignos do esforço despendido pelos bancários para os excelentes resultados das instituições. Isto sem falar em tantas outras reivindicações dos trabalhadores, que foram negadas ou continuam pendentes. Não se pode esperar nada “de graça” dos patrões. É hora de pressionar para avançar.

Extrapolação da jornada de trabalho

Apesar de ser tema recorrente nas rodadas de negociação e nos demais espaços de discussão da relação Banco/funcionários, a Direção geral continua não dando a devida importância ao assunto, tratando-o como pontual e jogando o ônus à área gerencial. Mesmo diante de casos citados por diversos integrantes da CNFBNB, de estados diferentes, o Banco tem se omitido ao não tomar atitudes no sentido de coibir essa prática. Célia Matos, do Ambiente de Desenvolvimento Humano, chegou a afirmar que o Banco checa por telefone as denúncias, ligando para as agências denunciadas fora do horário de trabalho e as ligações não têm sido atendidas, o que pressupõe que não há ninguém na unidade. O “método” é no mínimo questionável, para não dizer ineficiente. Ela afirmou ainda que não há nenhum tipo de retaliação ao funcionário que denuncia a extrapolação e que as pessoas que se sentirem prejudicadas devem denunciar. A AFBNB destaca que essa denúncia deve ser feita não apenas ao Banco, mas também às entidades representativas, para as devidas providências.

Saiba mais

No próximo dia 3 de outubro, a superintendente Eliane Brasil deve se reunir com diretor do DEST, Murilo Barella, para apresentar institucionalmente o Banco e levar as reivindicações do funcionalismo.
▪ Durante a negociação desta quinta-feira, o BNB entregou a proposta de acordo para o ponto eletrônico. As entidades vão avaliar a proposta, sistematizar sugestões e dar retorno ao Banco na próxima negociação.
▪ A assinatura do pré-acordo, que garante a validade da atual convenção coletiva até a assinatura da próxima, também ficou para a reunião do dia 9.
▪ O problema da extrapolação da jornada continua recorrente no Banco, denunciaram as entidades. Constituição de força-tarefa para trabalhar nos fins de semana e injustiças quanto ao pagamento das horas extras são alguns dos abusos verificados. Por cobrança das entidades, o Banco vai reforçar a orientação aos gestores para coibir estas práticas.
▪ Os representantes dos funcionários não abrem mão do retorno da licença-prêmio, um direito retirado arbitrariamente há 11 anos (cláusula 1ª da minuta específica). Recente decisão favorável do TST à ação da licença-prêmio da base do Ceará mostra que o pleito do funcionalismo é procedente (um ótimo argumento a ser levado para o DEST). A AFBNB ratifica que este e outros direitos que vierem a ser restabelecidos e/ou conquistados devem ser aplicados para todos os funcionários, em respeito à isonomia de tratamento.
▪ As entidades também defendem que o Banco custeie o plano Camed com os percentuais duas vezes maiores em relação à contribuição dos seus funcionários. A Instituição nega, alegando que não pode alterar o princípio da paridade – argumento que não foi aceito pelos representantes do funcionalismo.

Greve

A AFBNB lamenta a falta de capacidade e de compromisso do Governo Federal, por meio das gestões de suas instituições, em não negociar de forma direta e em condições favoráveis aos trabalhadores. Pelo menos é o que tem acontecido até esse momento da campanha salarial, postura não diferente de outros anos, quando são postas as barreiras de órgãos federais, como é o caso do DEST. Neste sentido, não só conclama os funcionários para as assembléias do dia 29 de setembro, como também orienta para a deflagração da GREVE. Por oportuno, registra que em algumas bases da categoria já decidiram, em assembléias, pelo encaminhamento da greve por tempo indeterminado a partir do dia 30 de setembro, como é o caso do Maranhão, Rio Grande do Norte e de Porto Alegre (RS), conforme informações que têm chegado.

Presenças

Entidades representativas – Pela Contraf, Marcos Vandaí(Bradesco); pela AFBNB, Assis Araújo e Alberto Ubirajara(Diretor do sindicado de Pernambuco); pela AABNB, Roberto Figueiredo; pelo Sindicato do Ceará, Tomaz de Aquino, Pedro Moreira e Carmen Araújo; pelo sindicato da Bahia, Antônio Galindo Primo; pelo Sindicato do Maranhão, José Frota de Medeiros (como representante por procuração); pelo Sindicato do Piauí, Lusemir Carvalho; pelo Sindicato de Alagoas, Jairo França (Santander Banespa); pelo Sindicato de Pernambuco, Manoel Spinelli(Bradesco). Banco do Nordeste – Superintendente de Desenvolvimento Humano, Eliane Brasil; Célia Matos, Marcius Virgilius e Eline Gurgel, do Ambiente de Gestão de Pessoas; Telma Marques, do Ambiente de Educação Corporativa; João Almeida, do Ambiente Jurídico.

Fonte: Assessoria de Comunicação da AFBNB

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